Casa Coronel Joaquim Lacerda – Lapa PR

Bem-vindo à Casa Lacerda! 
A casa foi construída entre os anos de 1842 e 1845 para abrigar a família de Manoel José Corrêa de Lacerda, comerciante português, e de sua esposa Leocádia Cassiana Rezende Corrêa de Lacerda, descendente de fundadores da Lapa. Algum tempo depois, tornou-se cenário de um importante episódio de nossa história, que ficou conhecido como Cerco da Lapa. Embora tenha sido tombada já no ano de 1938, a casa serviu como residência para a família Lacerda até a década de 1980. Somente nessa época é que esta foi, então, doada ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), juntamente com seus móveis e objetos, por iniciativa da última matriarca, a senhora Cecília Brito de Lacerda. 

Recentemente, esse lugar foi transformado em Casa do Patrimônio por meio de uma parceria entre o Iphan e a Prefeitura da Lapa. A casa funciona hoje como um ponto de encontro e diálogo entre o Iphan e os moradores da Lapa, como espaço para a realização de exposições, oficinas e seminários sobre patrimônio cultural, e como museu de época. Por fim, esse é um lugar dedicado à preservação e valorização da nossa história e da nossa cultura e, logo, também é um pouco seu. Sinta-se em casa! 

Se quiser mais informações sobre o patrimônio cultural da Lapa e do Brasil, visite a Biblioteca da Casa Lacerda e o portal do Iphan na internet: www.iphan.gov.br

 

[A FAMILIA LACERDA]

Importante componente da elite lapeana e paranaense, a trajetória da família Lacerda se confunde com a própria história político-econômica local e regional. Família de grandes comerciantes, tropeiros, fazendeiros e ervateiros, sua presença na Vila Nova do Príncipe (antigo nome da Lapa) se iniciou com a chegada de Manoel José Corrêa Lacerda, imigrante português, a esta localidade em 1843. Ali, ele estabeleceu um comércio de artigos importados juntamente com sua residência, para logo depois casar-se com Leocádia Cassiana.

Os descendentes de Manoel foram um a um conquistando e garantindo espaço privilegiado nas principais atividades econômicas da região, mantendo-se e/ou ingressando nos ramos do comércio de víveres e de gado, do beneficiamento da erva-mate, e também da política.

O primeiro herdeiro da casa edificada por Manoel, o Coronel Joaquim Rezende Corrêa de Lacerda, nascido em 1845, foi um exemplo disso. Inicialmente, ele se dedicou à atividade de tropeiro, comprando muares e gado no Rio Grande do Sul, invernando-os nos campos da Lapa e revendendo-os na feira de Sorocaba. Em uma de suas viagens ao Rio Grande, conheceu sua futura esposa, Magdalena Moogen, filha de um imigrante inglês e de uma paranaense, originária de Castro.

Na segunda metade do século XIX, a província do Paraná assistiu uma gradual decadência do transporte de muares, devido ao calçamento da Estrada da Graciosa e à construção da estrada de ferro. Isso acabou contribuindo para que surgisse um novo ciclo econômico: a produção de erva mate. O beneficiamento da erva mate era então feito por meio de engenhos à vapor principalmente na região de Curitiba e dos Campos Gerais. 

Você sabia que, na virada do século XIX para o XX, a participação do Paraná na produção da erva-mate para o consumo externo correspondia a pelo menos 80% do total da exportação brasileira, alcançando uma média de mais de 20 mil toneladas por ano? A Lapa, por sua vez, ficou em quarto ou quinto lugar no ranking dos municípios paranaenses.

Na Lapa, um dos principais engenhos de erva-mate, o Engenho Santo Antônio da Lapa, foi fundado pelo Coronel Joaquim Lacerda nos idos de 1879. Consolidando-se como um dos grandes ervateiros da cidade, o coronel veio então a se dedicar à política, chegando a ser eleito senador pelo Paraná, após o Cerco da Lapa. A administração do engenho foi legada para José Lacerda, seu filho único, que vivenciou os tempos áureos da erva-mate. Ele exportava o produto para a Argentina e Uruguai, e desenvolveu essa atividade até meados da década de 1930.  

Foi assim que a família de Manoel e Leocádia Lacerda, hoje de numerosa descendência, ocupou a casa grande por quatro gerações. As atividades e feitos de seus vários integrantes fazem dessa edificação e seu acervo, uma importante testemunha da história e da vida social do Paraná e do Brasil.

  • Alcova da Sala: Neste quarto faleceu o Coronel Dulcídio Pereira, ferido durante o Cerco da Lapa. 
  • Sala dos discos: Você sabia que antigamente as moças em idade para casar ocupavam quartos sem janela? Este cômodo é um exemplo! Hoje abriga a coleção de discos de 78rpm que pertenceu a Luciano Lacerda. 
  • Sala de visitas: Nesta sala foi assinada a “Ata de Capitulação da Praça”, no dia 11 de fevereiro de 1894.
  • Copa: Neste cômodo era servido o tradicional “café com mistura”, típico das famílias lapeanas.
  • Sala do Relógio: Esta sala abriga a peça mais antiga da casa, um relógio armário, único móvel que sobreviveu aos embates do Cerco da Lapa.
  • Despensa: Era neste cômodo que as mulheres da família Lacerda e suas empregadas trabalhavam no preparo dos quitutes servidos no “café com mistura” e demais refeições.
  • Serviço:
  • Museu Casa Coronel Joaquim Lacerda
    Rua XV de novembro, nº 67. Centro Histórico. Lapa, PR. Cep: 83750-000.
    Telefone (41) 3622.3524
    Terça a domingo, das 9h às 12h e das 13h às 17h.
    Fechado às segundas.
    ENTRADA : Valor doação voluntário
    ● É permitido fotografar e filmar, mas evite o uso de flash.
    ● Não é permitido comer e beber nos cômodos da casa.
    ● A Casa Lacerda não possui estacionamento.

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