“Mulheres que escrevem o Turismo”
Gisele Romanel é sócia fundadora da Flamma Comunicação, empresa que entre outras atividades presta assessoria de imprensa e auxilia jornalistas na busca de boas histórias. Gisele estudou Mestrado em Ciência, Gestão e Tecnologia da Informação na instituição de ensino Universidade Federal do Paraná e formou-se em 2011. Curitibana, é mãe de Fernanda de 9 anos e é a nossa entrevistada da série “Mulheres que escrevem o Turismo”, confira:
REDAÇÃO DO DIÁRIO (Caroline Figueiredo)
Gisele, você começou fazendo Magistério, e depois cursou Comunicação, se especializando em Jornalismo e em Relações Públicas. Quando começou a vontade de entrar no mundo da Comunicação?
Meu avô um dia chegou com um recorte de jornal sobre a profissão de Relações Públicas e gostei. Era um misto de carreira jurídica e diplomacia, que dava um certo toque especial à profissão. Depois disso me informei e gostei cada vez mais. O jornalismo foi um caminho natural, apaixonante, que completa minha atuação profissional.
Falando em comunicação, como surgiu a ideia de criar a Flamma Comunicação?
A história da Flamma não é empreendedora, mas funcional. Meu primeiro cliente era de São Paulo, a Columbia Pictures, e eu precisava de uma empresa para passar a nota fiscal. Não achei que a empresa fosse vingar, mas que seria algo temporário. O empreendedorismo veio depois e me provou que ser empresária é fascinante! E já são 23 anos de trajetória!
Quais foram os desafios no começo?
O primeiro grande desafio foi ganhar respeito e voz em reuniões, pois eu tinha pouco mais de 20 anos e estava entre macacos velhos! Depois, quando a empresa foi crescendo, os desafios eram ligados à gestão do negócio, pois não tinha a menor ideia de como fazer.
E quais foram as alegrias do início dessa trajetória?
Acredito que a palavra “empresária” aos 20 e poucos anos soe como uma pessoa fora da curva e isso alimentava minha vaidade. Eu gostava de ser dona do meu nariz, de não precisar cumprir hora em um escritório fechado e dos clientes que tive. Eu era só alegria e orgulho – ainda sou!
Você também trabalhou assessora da ABAV Expo, em 2018. Como foi essa experiência?
Foi uma porta aberta pelo Geraldo Rocha, então presidente da ABAV Nacional, em um momento triste da minha relação com a entidade regional. Escolhi me desligar e, com esse job, eu me senti parte da Associação novamente. Eu alimentei as redes sociais do evento in loco, em tempo real, em uma época que não faziam isso. Foi inovador também e muito gratificante! Os expositores adoraram e eu também!
Gisele, já há algum tempo, você assessora a ABAV Paraná e os eventos que ela participa e organiza, como a Expo Turismo Paraná. Pode nos contar um pouco desse trabalho?
Os eventos são inerentes à comunicação, pois é um momento muito relevante para comunicar, ganhar visibilidade e promover relacionamentos. Assim, organizar a comunicação do evento é consequência do trabalho que realizo na ABAV-PR, que também tem essas premissas. A entidade é muito aberta para ouvir as ideias, que são muitas, e isso me gratifica. Todos os anos procuramos ampliar o que já foi feito (e deu certo) e criar novas ações para manter o evento em alta. É um trabalho de muita responsabilidade que conduzo com carinho e dedicação, com o apoio dos executivos.
Como diretora de comunicação e com conhecimento em turismo, como você enxerga o mercado turístico no Paraná?
O Turismo do Paraná é uma verdadeira joia. Não há nada parecido em qualquer região do Brasil. As políticas públicas dos últimos anos e o engajamento da iniciativa privada têm mostrado um pouco mais do que temos por aqui com mais presença. E, claro, as capacitações do pessoal do receptivo faz com que o setor cresça genuinamente, pela satisfação do turista em outra ponta. Mas, ainda há muito por fazer.
Gisele Romanel: “O Turismo do Paraná é uma verdadeira joia. Não há nada parecido em qualquer região do Brasil” (Crédito: Fábio Palombino)
E quanto à presença das mulheres no turismo (sejam agentes de viagem, guias de turismo, jornalistas, relações públicas), você acredita que aumentou nos últimos anos?
A mão na massa do Turismo tem muitas mulheres. O turismo é muito feminino. O que vejo é que as mulheres estão conquistando mais cargos de poder nos últimos anos e estão fazendo bonito, mesclando seu conhecimento técnico com a delicadeza da mulher. Há muito espaço ainda.
Você acredita que o jornalismo e as relações públicas feitas por mulheres ajudam o setor a ser mais inclusivo?
Acredito que a inclusão é algo muito maior que o gênero. Há mentes pequenas em ambos os sexos. A nossa cultura faz com que excluamos tudo o que é diferente. Precisamos de um olhar com mais amor para o outro, sem julgamento, seja quem for.
Qual o seu recado para as mulheres que também querem empreender e iniciar uma carreira no turismo, por exemplo?
O Turismo é fascinante e, uma vez trabalhando com ele, é difícil de largar. Os desafios são muitos, mas, cada conquista é muito gratificante e vale cada segundo de trabalho. Há muito espaço e é um setor que demanda inovação.
Contatos com a Gisele Romanel: Flamma Comunicação Organizacional