Nova Ferroeste, estrada de ferro que vai ligar Maracaju (MS) Porto de Paranaguá já tem uma coisa é certa: a nova ferrovia não passará por Curitiba. O novo traçado prevê que a partir da Lapa o trem siga para Paranaguá, margeando a BR 277.
Com esse traçado , a maioria dos trens de carga que hoje passa por dentro da capital, cortando os bairros das regiões Sul e Leste, poderá deixar de trafegar, começando a solucionar um problema de décadas e atendendo a uma reivindicação antiga dos curitibanos.
Não será ainda a extinção completa dos apitos de trem em meio aos prédios da cidade, porque continuarão a circular ainda os comboios que vêm de Rio Branco do Sul e Almirante Tamandaré, carregados com cimento com destino à rodoferroviária, passando pelos bairros da região Norte. Estes deixarão de circular por dentro da cidade apenas depois da construção do contorno ferroviário, obra que integra a prorrogação da Malha Sul, ainda sem data prevista.“Curitiba tem que resolver o conflito entre a ferrovia e a cidade e a Nova Ferroeste vai começar a solucionar esse problema”, afirma Luiz Henrique Fagundes, coordenador do Plano Estadual Ferroviário. Segundo ele, o trilho que hoje passa por Curitiba e deixará de ser usado para o transporte de carga poderá servir para instalação de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), como apoio ao sistema de transporte urbano.
EXCELENTE NOTÍCIA TAMBÉM PARA AS CIDADES HISTÓRICAS DO PARANÁ:
A centenária ferrovia da Serra do Mar, por outro lado, poderá explorar mais intensamente seu potencial turístico, com viagens diárias de trens de passageiros, que hoje não são possíveis devido à disputa de espaço com a carga pesada.
Conhecida por abrigar um dos 10 passeios sobre trilhos mais bonitos do mundo, a Ferrovia Paranaguá – Curitiba possui um valor histórico sem igual para o Estado do Paraná. Situada em meio à maior área contínua preservada de Mata Atlântica do país, seu trajeto conta com 108,2 km de extensão, ligando a capital paranaense à cidade de Paranaguá, onde está localizado um dos principais portos da região sul do Brasil.
Seu trajeto, além de paisagens deslumbrantes, conta com 41 pontes, dezenas de pontilhões, 13 túneis e marcos da engenharia, como o Viaduto do Carvalho e a Ponte São João, que possui 113 m de comprimento e um vão livre de 70 m. Para o ferroviarista Márcio Assad (pioneiro em turismo férreo no Brasil) , além dos impactos econômicos e sociais que esta obra, há muitas décadas sonhada e projetada, , o turismo do Paraná será grandemente beneficiado, sobre tudo as cidades históricas que terão seu potencial ampliado com uma a utilização mais intensa de uma das “joias da coroa” de nosso turismo que é a estrada de ferro Paranaguá Curitiba. “Como Curitiba e o Litoral, fazem parte dos programas das cidades históricas do Paraná e aumento nas viagens traz benefícios para toda a cadeia produtiva do circuito, pois existe hoje uma demanda reprimida, pela limitação nos dias de passeio, consequentemente da permanência de turistas de outros estados na região”. O Circuito das cidades históricas do Paraná, foi instituído por lei desde o ano passado e está sendo implantado mesmo durante a pandemia, para justamente estar ativo na retomada da atividade turística que como preveem os especialistas se dará em viagens de curta distancia, justamente o que prevê a proposta que tem como epicentro Curitiba e irradia para as cidade com até 150 quilômetros de distancia da capital, que incluem a região do litoral, Sul e dos Campos do estado.