ESTAVA ESCRITO: A VIAGEM DO CONHECIMENTO

Hoje vou compartilhar com vocês uma daquelas histórias que a vida nos reserva, dessas que parecem que só acontecem por acaso, mas como eu não acredito no acaso e sim na palavra árabe que define meu pensamento: “Maktub”, que em livre interpretação quer dizer: “Estava escrito”. Bem, lá estava eu, no distante ano de 1986, a caminho do Congresso Nacional da ABAV – Associação Brasileira de Agentes de Viagem em Brasília – DF.  Uma viagem de trabalho que me dava uma importante e honrosa missão, mas que logo se revelaria muito mais do que isso.

No voo, meu companheiro de poltrona no avião era ninguém menos que Adonis Zimermman, da SerraTur de Lages SC, pioneiro no turismo em área rural aqui no Brasil. E foi ali, nas alturas, que começamos uma daquelas conversas que encaminham o destino.

Naquele congresso, a coisa ficou ainda mais interessante. Logo após a palestra inspiradora do Adonis, era a minha vez de falar. Eu estava prestes a lançar o Turismo Ferroviário, uma ideia que parecia ousada, abrangendo o Paraná e Santa Catarina. Adivinhem só? O projeto foi um sucesso retumbante, com anos de operação bem-sucedida, até ser interrompido pela privatização da RFFSA.

Pois bem, a moral da história é que a viagem com o Adonis não foi apenas uma coincidência. Na verdade, ela aprimorou os meus projetos na minha cidade com reflexos na região e em todo o estado do Paraná. O que ouvi na viagem e lá em Brasília me convenceu de que a proposta de desenvolver também o turismo rural  era mais do que viável, e isso seria revolucionário na Lapa, onde já estávamos mergulhados na temática tropeira, raiz de nossa história.

O resultado? Assim que retornei de Brasília, fui atrás de proprietários de áreas rurais e, em tempo recorde, inauguramos o nosso pioneirismo em turismo rural no Paraná, lá na “Cabanha Monastier” com o Cláudio e a Zica, que teve uma repercussão na imprensa local de grande magnitude. Depois disso, fomos aprimorando a experiência até criarmos um programa didático-pedagógico que batizamos de “Aprendiz de Tropeiro”. E Olha, só, num levantamento nacional, ele foi considerada uma das três melhores saídas pedagógicas do Brasil. Uma história para ser aprofundada em outra oportunidade.

Pois é, meus amigos, nunca subestimem a magia dos encontros que estão escrito nas estrelas. Aquele voo e aquela conversa me provaram que aquilo que nos perece o acaso muitas vezes nos coloca no caminho certo, por isso devemos prestar a atenção, naquilo que outros tem a nos dizer. Até semana que vem, com mais histórias e lições. Grande abraço a todos!