A proposta de intermodalidade em Antonina e o nosso “Porto Maravilha”

Coluna Culturistar por Márcio Assad

 

Na minha trajetória profissional começando no turismo férreo (Paraná e Santa Catarina)  e criação do passeio “A Maria Fumaça Curitiba-Lapa-Curitiba”, passei a palestrar sobre o tema em vários estados brasileiros e fui convidado para eventos em países ibero-americanos. Nestas oportunidades destaco que o trem é um atrativo forte para o turismo, mas que o produto/destino precisa oferecer uma experiência muito mais completa.

Minha história em colaboração com o turismo e a cultura  de Antonina se deu em uma época que  incluiu a recuperação de imóveis importantes, como o Theatro Municipal, durante uma gestão produtiva da cidade, e se intensificou quando escrevia  artigos sobre o tema em veículos de comunicação do Paraná, o que chamou a atenção de Luiz Carlos Buchmann de Araújo, presidente da ABPF-PR, que me convidou para participar da entidade. Pouco tempo depois, tornei-me diretor de comunicação da entidade.

Durante esse período, desenvolvi o projeto “Antonina Ferrovia e Mar”, que propunha a intermodalidade entre o turismo rodoviário, ferroviário e marítimo, com foco inicial no público de Curitiba e região metropolitana. O  veículo histórico disponível na regional Paraná era uma litorina, a ser restaurada, e a intenção era trazer de volta locomotivas e carros de passageiro que eram daqui e estavam em outras regionais.

O projeto criado há 25 anos ainda é inovador , pois como ressaltou o Engenheiro Ferroviário e grande estudioso do tema,  Paulo Sidnei Carreiro Ferraz, ultimo chefe do RRCUB-RFFSA/SR5 em 2019 quando apresentei na Câmara Municipal de Antonina, anunciando a retomada: “Esse projeto tem mais de 20 anos. E foi a primeira autorização da ANTT para circulação de trens turísticos em linhas arrendadas à Concessionarias. Completada a maioridade agora vai!  E a proposta era revolucionária na época,  não apenas pela intermodalidade, mas também pela proposta de revitalização da área portuária e adjacências  em parceria  de alto nível com a família Matarazzo, que detém a propriedade do ramal da estação  até o porto e um conjunto de casas históricas. Lembremos que ele seria pioneiro na modalidade, antes do “Puerto Madero” em Buenos Aires e muitíssimo antes do Porto Maravilha”, do Rio de Janeiro, baseado neste primeiro.   Mas claro que o projeto era muito ousado para o momento, aliás os anteriores na área do turismo férreo também , mas é algo que pode ser retomado perfeitamente,  com o apoio dos entes governamentais, que atualmente estão interessados em promover o turismo, a cultura e o desenvolvimento  do estado.

E alguém pode lembrar: “Ah mas Antonina já tem uma Maria Fumaça no trecho”, correto, conquista nossa, porém, é importante ressaltar que o programa atualmente foca apenas no trem  como atrativo principal, quando na verdade deveria ser visto como um meio para uma experiência completa. Uma proposta mais abrangente e original pode e deve  ser retomada.

 

Um abraço do tamanho de um trem, lembrando: culturistar é preciso!