Pesquisa de visitantes: a verdadeira e a outra
Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada. Oto Von Bismarck
Em um mundo inundado por informações falsas e hoje em dia chamadas de fake News , é crucial que as pesquisas sigam critérios técnicos e científicos para garantir a veracidade e a confiabilidade dos dados apresentados. A ausência desses critérios pode resultar em disseminação de informações equivocadas, como é o caso da recente notícia sobre o suposto número de visitantes no Parque do Monge da Lapa.
Para entender a gravidade dessa situação, é fundamental analisar o exemplo do Parque de Vila Velha, localizado em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. Este parque, conhecido por suas belezas naturais formadas por esculturas gigantescas no arenito, é um importante atrativo de lazer e turismo de aventura.
A formação arenítica, resultado do depósito de um grande volume de areia há aproximadamente 340 milhões de anos, proporciona um cenário único. Em 2023, o Parque de Vila Velha registrou um recorde histórico de público, com 80.143 visitantes, representando um aumento de 11% em relação ao ano anterior.
A relevância desses dados é ressaltada quando comparada à falsa notícia sobre o Parque do Monge da Lapa, que teria recebido oitenta mil visitantes no último ano. A falta de critérios técnicos e científicos nessa informação levanta dúvidas sobre sua veracidade.
No caso de Vila Velha, além do número total de visitantes, diversos outros dados corroboram e validam a informação, como a origem dos turistas. O parque recebeu visitantes de 58 países, com destaque para os Estados Unidos, Alemanha e Japão. A maioria dos turistas era nacional, sendo 64,7% do Paraná, 13,1% de São Paulo e 11,7% de Santa Catarina. Além disso, a parcela significativa de visitantes de Curitiba, Ponta Grossa e São Paulo reforça a credibilidade dos dados.
Ao contrário dessa pesquisa bem embasada, a notícia sobre o Parque do Monge da Lapa falha em não fornecer informações detalhadas que validem o número de visitantes mencionado. A ausência de dados sobre a origem dos visitantes, a falta de uma tendência histórica e a ausência de informações sobre eventos especiais ou investimentos que poderiam atrair mais pessoas levantam sérias dúvidas sobre a veracidade da notícia.
Em um contexto onde a desinformação pode ter consequências diretas na reputação e na confiança do público, é essencial que as pesquisas sigam critérios técnicos e científicos rigorosos. A análise crítica desses dados é o alicerce para uma sociedade informada e capaz de discernir entre informações verdadeiras e falsas, contribuindo para um debate público mais transparente e responsável.
Para o arremate, quem elaborou a noticia sobre o parque Monge, foi tão afoito em passar essa mentira para o público, que em postagens anteriores o deficiente parque da Lapa, era o segundo mais visitado do Paraná, ficando apenas atrás da Ilha do Mel. “Esqueceram” de Vila Velha e penso que fugiram das aulas de matemática básica, pois os supostos e fictícios 80.000 visitantes ainda seria um número menor que Vila Velha com 80.143 visitantes.
Como era o parque turístico do Monge, antes de seu desmonte.
Coluna Culturistar, por Márcio Assad