Cidades da região de Sorocaba estarão no Corredor Turístico Tropeiro – Revista Horse –

Cultura

Cidades da região de Sorocaba estarão no Corredor Turístico Tropeiro

Projeto será lançado em janeiro, envolvendo os município de Cerquilho, Tietê, Laranjal Paulista, Jumirim, Iperó, Conchas, Pereiras e Porto Feliz

 

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Quase um século depois do final do ciclo tropeiro no Brasil, a região de Sorocaba dá um passo importante para o resgate e a preservação da cultura. Em janeiro, será realizado o lançamento oficial do projeto Corredor Turístico Cidades Tropeiras. Inicialmente envolve os município de Cerquilho, Tietê, Laranjal Paulista, Jumirim, Iperó, Conchas, Pereiras e Porto Feliz. Numa segunda etapa, deve chegar aos demais municípios da região Metropolitana de Sorocaba.

O projeto é uma iniciativa do estudioso e uma espécie de embaixador da cultura tropeira no Brasil, Márcio Assad, do município de Lapa, na região Metropolitana de Curitiba. Depois de deixar a presidência da Associação Paranaense de Turismo Rural, em 2010 Assad criou Universidade Livre do Tropeirismo (UNILT) e por meio dela vem promovendo debates e cursos em todo o universo tropeiro de Lapa até Sorocaba (SP).

A inclusão da dos municípios paulistas no Corredor Turístico Tropeiro ocorreu graças a empresária e tropeirista Juliana Godinho da Silva de Tietê. Segundo ela, o lançamento deverá ocorrer provavelmente no dia 15 de janeiro e vai envolver tanto as escolas públicas e particulares, como estabelecimentos comerciais e claro, criadores de equídeos e proprietários rurais que se interessarem. Na prática a inciativa terá dois projetos: o Aprendiz de Tropeiro vai envolver os estudantes que terão uma aula viva no campo. Vão conhecer de perto e viver a cultura tropeira, fazendo as refeições típicas, aprendendo os costumes e hábitos tropeiros na prática; já o Corredor Turístico vai envolver o turista comum, as famílias que também vão ter uma experiência na prática da vida tropeira. Montados, participam de passeios interligados entre as cidades participantes, desfrutando do café da manhã e almoço tropeiro, da roda de prosa, exatamente como era no período.

Conforme destaca Juliana Godinho, este será uma fonte de renda a mais especialmente para os pequenos proprietários rurais que receberão os estudantes, também à quem aluga cavalos, além de hotéis e estabelecimentos comerciais. A previsão é atender uma média de 250 a 300 estudantes por dia.

Com DNA tropeiro nas veias, Juliana conta que nasceu e cresceu vivendo e participando da cultura gaúcha-tropeira. Diz que a expectativa para o início do projeto é muito grande. “Quando a gente fala em trazer crianças, famílias para viver o dia do tropeiro, está todo mundo elouquecido com a ideia. Todo mundo está querendo participar. Isso é muito bacana porque a gente precisa disso, unir a família. É uma experiência única principalmente para quem nunca andou a cavalo, nunca conheceu uma coisa assim ao vivo. Até mesmo para pessoas mais urbanas, ter essa experiência de passar o dia todo cavalgando, tendo essa experiência com a natureza e o animal é fantástica”, diz a tropeira.

O projeto começa simultaneamente nas cinco cidades e poderá chegar até Sorocaba e cidades da Região Metropolitana, aplicando o programa didático-pedagógico: Aprendiz de Tropeiro, voltado ao publico escolar. No município de Lapa, onde já funciona há 14 anos, os alunos passam um dia diferente, numa aula viva de campo voltada ao tropeirismo. Alí, já atendeu milhares de alunos das redes publicas e privadas de todo o Paraná. Assista o vídeo e conheça um pouco mais: https://www.youtube.com/watch?v=nVg_viBiQ3Q

Origem tropeira

Fundada em 13 de junho de 1769, Lapa nasceu em função do ciclo do tropeirismo. Localizada a 62 km de Curitiba, foi lá que o desejo do resgate e da preservação da história e da cultura tropeira despertou no jovem Márcio Assad. Iniciou um projeto de trabalho e de vida alicerçado em três pilares: do caminho das Tropas aos Caminhos de Ferro, nas trilhas de São João Maria. Assuntos que ligam o atual Sul do Brasil a região de Sorocaba em São Paulo.

Desenvolvendo seu trabalho envolvendo o poder público e a iniciativa privada, foi pioneiro em turismo férreo no Brasil (viagem entre Paraná e Santa Catarina), pioneiro em turismo em área rural no Paraná, com estudos mais aprofundados sobre os caminhos tradicionais que ligavam o Sul ao Sudeste e as Minas Gerais.

Assad foi o criador do chamado Corredor Turístico Caminho das Tropas em território paranaense, entre os municípios da “Estrada da Mata”, envolvendo cidades tradicionais como a própria Lapa e Castro. Sua forte atuação no turismo rural levou-o a presidência da Associação Paranaense de Turismo Rural (Aprattur), tendo realizado palestras em várias regiões, inclusive na capital paulista. Em 2010 criou a UNILT com objetivo de fomentar e promover debates e cursos em todo o universo tropeiro. Atualmente é seu filho Kallil Assad quem coordena a entidade.

Leia mais sobre esse assunto em https://www.revistahorse.com.br/imprensa/cidades-da-regiao-de-sorocaba-estarao-no-corredor-turistico-tropeiro/20211104-154215-T985