Santuário Vitória Régia

O Santuário Vitória Régia, está localizado no Bairro Alto, em Antonina, no Litoral do Paraná, localizado dentro do Vale do Gigante PR, distante 30 quilômetros do Centro da cidade de Antonina, ele está nas proximidades do Pico Paraná, a montanha mais alta da Região Sul (1.877 metros de altura) e guarda histórias que parecem realismo mágico.
O Vale do Gigante se consolidou como um dos principais atrativos turísticos do Litoral em 2017, depois de algumas consultorias da administração municipal e do Sebrae, e ação direta de Tânia Lopes, na criação desse nome, Vale do Gigante PR, e nos últimos 3 anos vem ganhando notoriedade a nível nacional, em decorrência das promoções e eventos atraídos pelo Santuário Vitória Régia.
Em 2021 O Santuário tenciona tirar do papel a Associação Pico do Paraná, que é uma tentativa do Santuário e dos moradores de estabelecer mais independência turística, uma rota de subida do Pico partindo de Antonina e uma programação anual de eventos. Os representantes desse coletivo pretendem desenvolver projetos em parceria com a Paraná Turismo, a prefeitura e o setor privado para garantir, inclusive, acessibilidade nas trilhas.
A região do Vale do Gigante concentra a maior parte do turismo de aventura do município, e a Usina Parigot de Souza, maior central subterrânea do sul do País. No local também são encontradas centenas de espécies de aves diferentes, várias trilhas e cachoeiras, e a observação de aves atrai turistas do Brasil e do mundo inteiro.
Uma das principais criadoras e agitadoras desse movimento é Tânia Lopes, proprietária do Santuário Vitória Régia, misto de pousada, restaurante e retiro espiritual no coração da Mata Atlântica. Organizadora do principal Festival do Siri da cidade, que ocorre no mês de março, eventos com carrinhos de rolimã, caminhadas na natureza, corridas e encontros de remadores de caiaque.
“Somos um canto de paz, de aventura, de conexão com a natureza. Queremos atrair mais turistas e apresentar as belezas da Serra do Mar para todo o País, passando pelas trilhas que levam até o Pico Paraná e a necessidade de preservação ambiental. O turismo que estamos fomentando é de resgate da cultura local e de geração de emprego para a comunidade”.
Tânia afirma também que está tentando estimular esse movimento turística em toda a região. É um lugar onde os empresários já se integraram para desenvolver o potencial turístico. Temos tentado formular políticas públicas específicas para esse local, com intuito de apresentar para o País, nos mesmos moldes do que se faz com o Pantanal, as riquezas da Mata Atlântica”, pontua.

 

SANTUÁRIO – Quem passa pelo Vale do Gigante tem a oportunidade de conhecer a história da Tânia Lopes e de sua devoção a todas as formas de amor – mas é preciso perguntar. Ela é uma ex-professora de educação física de Curitiba que largou a carreira para erguer um ponto de encontro no pé da Serra do Mar.
Tânia tem a propriedade há 25 anos, mas há pouco mais de um ano e meio desenvolve esse projeto que envolve hostel, restaurante, camping e retiro espiritual, de acordo com o perfil do visitante.
Partindo da pousada são duas trilhas em direção à cachoeira do Saci: a mística (meditativa, que é feita em silêncio, conta com a presença de um índio tupi-guarani e uma roda de diálogo sobre a vida em torno de uma fogueira) e a ecológica (para observação de aves, árvores, riachos e animais). Bob, o cão da casa, costuma ciceronear cada um que se hospeda no Santuário.
“Acredito que esse lugar é um portal de cura, um ponto de encontro de todas as religiões e de todas as etnias. Há um contato muito próximo com os elementos da natureza, mas principalmente com a tartaruga (mãe-terra ou fruto de sabedoria para algumas tribos) e o arco-íris (encontro de todas as cores). É um espaço também de meditação, de culto ao fogo, de geometria apontada para o sol”, explica a proprietária. “Montei esse espaço aos poucos como uma espécie de missão de vida”.
O nome Santuário, explica Tânia, é resultado de um encontro espiritual casado que teve com a Nossa Senhora Mística (católica) e com os índios tupi-guaranis que frequentaram a região e ainda se organizam em pequenas comunidades em Piraquara e Paranaguá. Ela frequenta tribos há mais de 15 anos, mas nunca abdicou da fé católica, e conseguiu unir as duas pontas a partir dessa visão da santa das três rosas (oração, sacrifício e penitência). “Onde ela vai, a terra é fértil de amor. Temos no santuário a força da ancestralidade”, acredita.
Para chegar nessa resposta, no entanto, Tânia consultou diversos padres para entender a sua visão. Numa dessas conversas ganhou de presente uma estátua de Nossa Senhora Mística que ficava no Santuário de Jambeiro, em São Paulo. Hoje ela fica em uma capela no pé do morro, com as portas voltadas para o sol.
“Tive toda essa visão e depois mostrei esse espaço a um pajé, que me contou que esse é um vale sagrado, um portal místico do País. A partir disso montamos esse conceito de reduto de desintoxicação, conexão com a natureza, de paz de espírito”, completa Tânia.

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