Operadoras de turismo da Rússia pedem que turistas não cancelem viagens à Crimeia após ataque a ponte

As operadoras de turismo russas estão pedindo aos turistas que visitam a Crimeia que não tomem decisões “baseadas em emoções”, após o ataque da Ucrânia à ponte da Crimeia na segunda-feira (17) causar estragos nas viagens entre a península ucraniana ocupada e a Rússia.Centenas de carros esperavam nesta terça-feira (18) para cruzar a ponte, e autoridades apoiadas pela Rússia encorajavam os motoristas a viajar pela rota terrestre através do sul da Ucrânia ocupada.“Temos cancelamentos para o final de julho e agosto”, disse Elena Bazhenova, chefe da empresa de turismo Laspi da Crimeia, segundo a União Russa da Indústria do Turismo. “Estamos explicando aos turistas que cancelamentos para essas datas só são possíveis com multas.” “Estamos tentando convencer os turistas a não tomarem decisões com base nas emoções”, disse Bazhenova. “Esperamos que a situação se normalize nos próximos dias.”A Crimeia, anexada ilegalmente pela Rússia da Ucrânia em 2014, é um popular destino russo para as férias de verão. Mas um ataque ucraniano na segunda-feira destruiu uma grande parte da ponte da Crimeia — que liga Kerch na Crimeia à região russa de Krasnodar — derrubando a principal rota de tráfego de carros para a península.Evgenia Kizey, diretora de vendas da Multitour, disse que os turistas tiveram reações diferentes, mas “não houve pânico”.“As pessoas vão sair quando as rotas de saída forem abertas por trem ou carro”, disse Kizey, segundo a União Russa da Indústria do Turismo. “Para aqueles que vão chegar de carro à Crimeia nos próximos dias, oferecemos a remarcação de passeios para nossos hotéis no Território de Krasnodar. Os turistas também escolheram de bom grado a região de Moscou e outras regiões. Ou transferimos suas reservas na Crimeia para datas posteriores.” Ponte que liga Rússia à Crimeia tem parte da estrutura danificada após explosões | CNN NOVO DIA data-youtube-width=”500px” data-youtube-height=”281px” data-youtube-ui=”internacional” data-youtube-play=”” data-youtube-mute=”0″ data-youtube-id=”9GZ-2FoNydo” Desviando da ponteO tráfego rodoviário sobre a ponte da Crimeia foi retomado durante a noite em uma das quatro faixas da ponte, mas há tráfego intenso. As ferramentas de mapeamento do tráfego público mostram que há atrasos significativos para os carros que entram e saem da Crimeia, e a mídia estatal russa distribuiu vídeos de longas filas de carros.No final da manhã desta terça-feira, havia cerca de 700 carros esperando para cruzar o estreito para a Crimeia e 500 carros esperando para cruzar a ponte para a região russa de Krasnodar, segundo uma conta do Telegram dedicada a facilitar as viagens à Crimeia.O tráfego ferroviário segue operando sobre a ponte, embora com atrasos.Líderes apoiados pela Rússia no sul da Ucrânia ocupada estão incentivando os motoristas a usarem a rota terrestre através das partes ocupadas das regiões ucranianas de Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson. Essa rota passa por Mariupol — que foi devastada no ano passado pela invasão russa — e Melitopol — que, como centro militar russo, está regularmente sujeita a ataques de mísseis ucranianos de longo alcance.Os toques de recolher foram suspensos nas estradas da Crimeia, disseram os líderes dessas regiões na segunda-feira, para permitir viagens “24 horas por dia”.“Várias medidas estão sendo introduzidas para garantir a passagem mais rápida dos postos de controle na fronteira administrativa”, disse Denis Pushilin, chefe da chamada República Popular de Donetsk, separatista, no Telegram.A mídia estatal russa RIA Novosti informou na manhã desta terça-feira que a fila de carros esperando para entrar na Crimeia em Chonhar, na região ucraniana de Kherson, se estendia por mais de 1,5 km.A TASS informou que os serviços de ônibus de Rostov, no sul da Rússia, para a Crimeia foram restaurados — via sul da Ucrânia, em vez da ponte da Crimeia.Imagens mostram a destruição da guerra entre Rússia e Ucrânia 1 de 20 Veja imagens que mostram a destruição da guerra na Ucrânia após cerca de um ano e meio de conflito Crédito: 30/06/2023 REUTERS/Valentyn Ogirenko 2 de 20 Vista mostra ponte Chonhar danificada após ataque de míssil ucraniano, em Kherson, Ucrânia Crédito: 22/06/2023Líder da região de Kherson Vladimir Saldo via Telegram/Handout via REUTERS 3 de 20 Casas inundadas em bairro de Kherson, Ucrânia, quarta-feira, 7 de junho de 2023. Crédito: Felipe Dana/AP 4 de 20 Prédio destruído em Mariupol, na Ucrânia Crédito: 14/04/2022 REUTERS/Pavel Klimov 5 de 20 Área residencial inundada após o colapso da barragem de Nova Kakhovka na cidade de Hola Prystan, na região de Kherson, Ucrânia, controlada pela Rússia, em 8 de junho. Crédito: Alexander Ermochenko/Reuters 6 de 20 Imagens de drone obtidas pelo The Wall Street Journal mostram soldado russo se rendendo a um drone ucraniano no campo de batalha de Bakhmut em maio. Crédito: The Wall Street Journal 7 de 20 Vista aérea da cidade ucraniana de Bakhmut Crédito: Vista área da cidade ucraniana de Bakhmut em imagem de vídeo15/06/202393rd Kholodnyi Yar Brigade/Divulgação via REUTERS 8 de 20 Socorristas trabalham em casa atingida por míssil, em Kramatorsk, Ucrânia Crédito: 14/06/2023Serviço de Imprensa do Serviço Estatal de Emergência da Ucrânia/Handout via REUTERS 9 de 20 A cidade de Velyka Novosilka, na linha de frente, carrega as cicatrizes de um ano e meio de bombardeios. Crédito: Vasco Cotovio/CNN 10 de 20 Crateras e foguetes não detonados são uma visão comum na cidade de Velyka Novosilka, que foi atacada pelas forças russas. Crédito: Vasco Cotovio/CNN 11 de 20 Policial ucraniano dentro de cratera perto do edifício danificado por drone russo. Crédito: Reprodução/Reuters 12 de 20 Rescaldo de um ataque de míssil russo na região de Zhytomyr Crédito: Bombeiros trabalham em área residencial após ataque de míssil russo na cidade de Zviahel, Ucrânia09/06/2023. Press service of the State Emergency Service of Ukraine in Zhytomyr region/Handout via REUTERS 13 de 20 Danos à barragem de Nova Kakhovka, no sul da Ucrânia, são vistos em uma captura de tela de um vídeo de mídia social. Crédito: Telegram/@DDGeopolitics 14 de 20 Vista da ponte destruída sobre o rio Donets Crédito: Lev Radin/Pacific Press/LightRocket via Getty Images 15 de 20 Ataque com míssil mata criança de 2 anos e deixa 22 pessoas feridas na Ucrânia, diz governo Crédito: Ministério da Defesa da Ucrânia/Divulgação/Twitter 16 de 20 Foto tirada por ucraniana após ataques com drones russos contra Kiev. Drones foram abatidos, mas destroços provocaram estragos. Crédito: Andre Luis Alves/Anadolu Agency via Getty Images 17 de 20 Morador local de pé em frente a prédio residencial fortemente danificado durante o conflito Rússia-Ucrânia, no assentamento de Toshkivka, região de Luhansk, Ucrânia controlada pela Rússia Crédito: 24/03/2023REUTERS/Alexander Ermochenko 18 de 20 Soldados ucranianos disparam artilharia na linha de frente de Donetsk em 24 de abril de 2023. Crédito: Muhammed Enes Yildirim/Agência Anadolu/Getty Images 19 de 20 Ataque de mísseis russos atingem prédio residencial em Uman, na região central da Ucrânia Crédito: Reuters 20 de 20 Vista aérea da cidade ucraniana de Bakhmut capturada via drone Crédito: 15/04/2023 Adam Tactic Group/Divulgação via REUTERS Uma turista da cidade russa de Rostov contou ao site de turismo russo Tourdom sobre sua experiência dirigindo para a Crimeia.“Saímos de Rostov ontem às 11h, por volta das 19h estávamos no posto de controle de Chongar”, disse ela, usando a grafia russa para aquela cidade. Ela disse que eles esperaram várias horas no posto de controle e foram mandados para o final da fila depois que — no meio do caos — ela tentou furar a fila.“Eu estava muito cansada”, disse ela. “Ainda bem que depois de Chonhar meu marido dirigiu. Por causa desse atraso, chegamos a Alushta apenas uma hora da manhã.”Os hotéis na Crimeia estão ajudando os turistas presos pela falta de opções de viagem, estendendo suas estadias, às vezes gratuitamente, disse o chefe da União Russa da Indústria de Viagens.“Pedimos a todos os membros da indústria hoteleira da Crimeia que se comportem com responsabilidade nesta situação difícil, para que as pessoas entendam que não serão deixadas sozinhas com seus problemas”, disse Ilya Umansky, em comunicado.

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